terça-feira, 9 de março de 2010

Exercício da verborragia

Este espaço serve para que eu mantenha o hábito da escrita. Desde as cartinhas para os primeiros amores, passando pelas poesias que consumiam meus cadernos de trás pra frente (enquanto as matérias para que haviam sido comprados estagnavam ainda nas primeiras folhas), atravessando a torrente de e-mails com a Manu, através da qual me apaixonei, sempre gostei de escrever... Ainda hoje, aos trinta, sonho em trabalhar com isso um dia.

Mas preciso controlar minha verborragia. Dizer mais, com menos. Sintetizar emoções, descrições do momento. Tornar tudo mais vasto, mais rico, quiçá mais simples, porque não quero sofrer a dupla rejeição do mestiço de índio que inventou o Brasil (que já não era reconhecido como igual pelos membros da tribo da mãe, nem como filho legítimo do português que a emprenhara), sendo renegado ao mesmo tempo por intelectuais e leitores casuais de assuntos de blog. Afinal, eu não "axo" nada, nem tenho muito a dizer sobre o sexo dos anjos e me entrincheiro, cada vez mais, nessa posição de gosma ética, sem posição definida para praticamente nada.

Me assustei com isso pela primeira vez no último fórum social mundial que participei, ainda nesse ano de 2010. Haviam os hippies, o rappers, os engajados em qualquer coisa, as boiadas politizadas... E eu... Eu estava lá. Acompanhado só do meu irmão Ricardo, sem nenhuma convicção em nada... Da música aos atos, eu era nada. Mas era algo sendo nada.

Logo, é fundamental usar esse blog para definir, não só a maneira como escrevo, mas quais são os assuntos que me tocam... E eu tô me achando prolixo em demasia...

Em suma, atirem-me os ovos e os tomates. Que a fome é grande, e uma omelete cairia bem demais!

3 comentários:

  1. Não atiro Tomate hehe

    Eu gosto do que você escreve, Osvaldo Montenegro... não acho prolixo... acho justo! É que, às vezes, para tentarmos nos fazer entender, precisamos de um esquema com começo, meio e fim, introdução, desenvolvimento e conclusão (viu? Isso é prolixo hehe)...

    O famoso complicar para descomplicar

    Beijo nas crianças

    Priscillón

    ResponderExcluir
  2. Ficamos velhos, eu acho. Nossos sonhos idealísticos vão ficando pra trás no momento que confrontamos a realidade do mundo adulto. É triste, com certeza.
    Tô aqui atirando os chocolatinhos que colho pelo chão! Espero que sejam suficiente, não jogo pizza que já acho zoação.

    ResponderExcluir
  3. "Quem se define se limita"?, sei que já ouviu de alguém que tem convicção em alguma coisa. Ou que não.

    Complicado vai ser pra mim te comentar por aqui. Que eu, da "hora da sugestão", já sou a comentadora oficial muito antes disso existir...

    Dependendo do que tento tratar, sinto-me desnudando a mim e a nós. Redundando o privado no público. Se branca fosse, coraria.

    Do Fórum vale dizer.

    Cada grupo em si, cada membro em seu lugar. E ele, lá: transitando perdido como louco, se alimentando do todo.

    Amo, e suas letras também.

    Beijo, nosso simples
    M. B.

    ResponderExcluir