quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Comida japonesa

Fui no restaurante de sempre com os amigos. Bem, já não é mais tão o 'de sempre' porque é um pouco caro e, com essa questão de obra, viagem e outros desejos consumistas esperando o momento certo para atacar, tenho pensado em economizar em tudo. E como quantidade é uma prioridade para mim, comer num restaurante caro que te pesam o prato é contraproducente...

Em suma, o restaurante é bom, comida boa, espaço suficiente, atendimento satisfatório, muito próximo ao trabalho. Muitas opções, do árabe ao bom bife, passando pela feijoada, uma salada farta e algumas opções de comida japonesa.

Nesse dia, foi eu entrar e salivar por um cheiro conhecido... Acho que era do Hot Filadélfia... Me deu um desejo danado de comer comida japonesa - já não comia havia algum tempo. Então, foi o que fiz... Até esqueci do rolinho frito, e parti para os tradicionais... Enchi o prato!

Mas não sei o que me deu...

 Já ouvi, meio de soslaio, provavelemte aqui no trabalho, que a comida japonesa neste tipo de restaurantes não é tão boa. E pode até ser verdade, mas, com meu paladar de avestruz sem língua, jamais me dei conta. De fato, já comi alguns sushis extremamente mal-ajambrados, mas sempre me pareceram deliciosos. Gosto de choio, sabe!? Enfim... O que acontece é que, por essa afirmação, coletada aleatoriamente, até hoje fico um pouco embaraçado ao demonstrar toda a minha gula nipônica dentro dos self-services, mesmo os melhores.

Ademais, o restaurante em questão fica tomado por pessoas do meu trabalho. É quase um refeitório nosso. Assim que, enquanto esperava para pesar o meu prato, tentava esconder o seu conteúdo dos passantes, diversos conhecidos de vista. Por incrível que pareça, uma questão razoavelmente profunda sobre o que será que as pessoas pensariam de mim por comer aquela comida japonesa de qualidade não mais que mediana subiu, em espiral, até a superfície do meu pensamento, onde estava minha atenção. E já estava virado completamente para parede quando me dei conta do absurdo!

Continuei escondendo o meu prato dos colegas superchiques, que vão aos caríssimos restaurantes japoneses da zona sul do Rio, ou da Barra... Me escondi, inclusive daqueles que, apesar de não parecerem (afinal, é cult comer no japonês, e, talvez por isso, todo mundo que tem grana, como quase todo mundo aqui no banco tem, se não come, deveria), nem gostam de comida japonesa.

Concluo que surto na procura da justa-medida da definição da imagem que gostaria de passar. Me orgulho de ostentar um prato colorido, cheio de verduras, qualhado de legumes, arrebatado pela delicadeza natureba de um arroz integral; me envergonho de mostrar que como comida japonesa (muita até) inclusive nos lugares onde ela não é excelente... E, no fundo, no fundo, estou cagando para o que as pessoas pensam sobre o que como!

Afinal, sempre me pareceu preferível a atirar as sobras ao lixo, que toda a comida vire merda!

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