Reflexões abstratas.
Pratico devir abrasivo vidrado na brasa do cigarro e sua verve quente. A cabeça, sendo carregada por um travesseiro de formigas, arrasta o corpo e sua solicitude, solicitando aos solidários que se neguem a ajudar; que a deixem estar vagando, inerte em parte, sobre aquelas minúsculas vontades. Toda a volitude submersa na vala dos padrões, patrões e um pouco de pão. Circo jamais.
Seriedade sincera. Habitat urbano. Comedimento maduro. Babaquice ordeira. Bebida social. Vigor casual. Virilidade oportuna. Empreendedorismo! Tudo isso é Deus.
Árido, descasco o vitral, guardando cada lâmina; com muitas delas forjando espadas, com outras tantas cerzindo couraça... Armas que me protegem das armas alheias.
Cada um com sua capa de escamas.
Trocar de pele precisa-se.
Depois, dar um passo atrás para, vendo mais de longe, decifrar o mosaico e descobrir: nele não existe casca, mar de partículas que é. Vital. As muitas brechas brilham daqui. Pode-se mergulhar certeiro. Então, atravessar o fardo, as armas, as armaduras... E encontrar a luz.
Simples assim!
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segunda-feira, 29 de março de 2010
Velharias poéticas II
Arrisco uma carta. Mais uma noite insone. Noite que encerra em si uma coisa densa, quase pegajosa: no escuro traça-se um pensar táctil, discreta fumaça de incenso a refletir a lua. Essa, toda azul, sorve o fluxo – delicia-se. Despeja tons, não tão sonoros – um diapasão de luz.
Ondas irradiam, preguiçosas. Meros pensamentos, que flutuam frouxos; ou tornam-se arredios rente aos azulejos, onde reverberam, inter-amplificando-se e escoando muro acima.
Paredes: inertes obstáculos que obrigam a maré a dar voltas para alcançar suas metas. Uma linha reta e seu imediatismo nato nos levariam até lá com muito menos do tempo – que, tão pouco, temos – para cruzar as eras e aparar as heras, melhor passeando pelo jardim algum.
Ícones solícitos, símbolos, signos. O sono que não vem. Hotel dos olhos, uma tela se expressa. Na boca, um balde de saliva seca. No ouvido o vão ventilar das pás e os estalos do teclado percutido, seguindo um fio de assunto cerzido pelos dedos, seus dedais e idéias ideais. Idéias comuns também, claro. Muitas delas.
Só no corpo, um oco vazio... de um silêncio absurdo!
Menos mal do que ter maus sonhos, pesados pesadelos de quem adormece temendo até travesseiros.
Ondas irradiam, preguiçosas. Meros pensamentos, que flutuam frouxos; ou tornam-se arredios rente aos azulejos, onde reverberam, inter-amplificando-se e escoando muro acima.
Paredes: inertes obstáculos que obrigam a maré a dar voltas para alcançar suas metas. Uma linha reta e seu imediatismo nato nos levariam até lá com muito menos do tempo – que, tão pouco, temos – para cruzar as eras e aparar as heras, melhor passeando pelo jardim algum.
Ícones solícitos, símbolos, signos. O sono que não vem. Hotel dos olhos, uma tela se expressa. Na boca, um balde de saliva seca. No ouvido o vão ventilar das pás e os estalos do teclado percutido, seguindo um fio de assunto cerzido pelos dedos, seus dedais e idéias ideais. Idéias comuns também, claro. Muitas delas.
Só no corpo, um oco vazio... de um silêncio absurdo!
Menos mal do que ter maus sonhos, pesados pesadelos de quem adormece temendo até travesseiros.
Velharias poéticas I
O grito de angústia discorre, descrito, por linhas a fio. Um urro grotesco, que mostra-se poesia. Pessoas-prosa não acreditam: contam, medem, meditam; lêem, oram, recitam... Metas, manias e maneiras mantidas, sempre, em má minoria!
Precisa-se fazer amor com as mães. Dependemos disso para estar aqui.
Que alguém dependa de mim! Todas merecem: minha mãe, minhas avós... Minhas bisas, se estivessem vivas, embora viúvas...
Nós somos: emaranhado abstrato de matéria que, apesar da consistência, ilude. Irmãos humanos. Uns mais, uns menos.
Tenho três. Tive dois. Antes, um. Primeiro nenhum. Era só. Eu e a paz dos pais. Paz?
Era um. Eras depois, somos quatro, e não seremos mais se as mães não quiserem!
Rotina e cidade: mais um dia de idade depois de cada noite. Faz-se fundamental otimizar a produção nos sonhos. Ou então nos deixem acordados para mais e melhor viver. Ficaremos acostumados a servir, alcançar e superar objetivos... alheios............
Alheios... Atol........... Atoleiro...................
Lama, muita lama.......................................
E nós dentro. Um nó.
Ou mar...
Azul... Azulejo........... Luz..........................
Lama é luz!
E nós estamos dentro, num nó!
Objetos que compram objetos.
Abjetos.
Hipóteses agudas da ironia forjada com ferro inglês: assa-se o aço, sem sucesso. Gargalha-se seco e patético, mal sentado em alguma cadeira, que devolve em dobro o peso que sobre ela pesa, gerando pontuais desconfortos.
Hipnótico para o hipopótamo, o boiar melancia só se torna possível quando rolam-lhes. O boiar-pessoa é possível por cabeças, troncos e membros, continentes de um pulmão que é ar – elemento esparso quando comparado à água, e denso quando comparado ao vácuo – e, por isso, flutua. Pessoas, bóias, lixo, óleo: coisas que não querem saber de profundidade aquática!
Filosofias polemicistas, polis pura, urbe arrogante, mundo mala.
Meios de transporte: tele, vale, táxi, viação canela, coche, charrete, colo, cela, esteira, coletivo, escada, elevador..
Tudo de um jeito que não poderia ser diferente, se diferente não fosse.
Cada um com sua coisa. Vê, ouve, cheira, toca, lambe e engole... Sente. Intui, talvez.
Tem muito pedaço. Cada um com o seu.
Cada casa um caso.
Cadafalso verdadeiro:
Todos de si prisioneiros!
Dorme-se em pé em Paris. Já para parir se deita, porque assim a religião nos dita!
Precisa-se fazer amor com as mães. Dependemos disso para estar aqui.
Que alguém dependa de mim! Todas merecem: minha mãe, minhas avós... Minhas bisas, se estivessem vivas, embora viúvas...
Nós somos: emaranhado abstrato de matéria que, apesar da consistência, ilude. Irmãos humanos. Uns mais, uns menos.
Tenho três. Tive dois. Antes, um. Primeiro nenhum. Era só. Eu e a paz dos pais. Paz?
Era um. Eras depois, somos quatro, e não seremos mais se as mães não quiserem!
Rotina e cidade: mais um dia de idade depois de cada noite. Faz-se fundamental otimizar a produção nos sonhos. Ou então nos deixem acordados para mais e melhor viver. Ficaremos acostumados a servir, alcançar e superar objetivos... alheios............
Alheios... Atol........... Atoleiro...................
Lama, muita lama.......................................
E nós dentro. Um nó.
Ou mar...
Azul... Azulejo........... Luz..........................
Lama é luz!
E nós estamos dentro, num nó!
Objetos que compram objetos.
Abjetos.
Hipóteses agudas da ironia forjada com ferro inglês: assa-se o aço, sem sucesso. Gargalha-se seco e patético, mal sentado em alguma cadeira, que devolve em dobro o peso que sobre ela pesa, gerando pontuais desconfortos.
Hipnótico para o hipopótamo, o boiar melancia só se torna possível quando rolam-lhes. O boiar-pessoa é possível por cabeças, troncos e membros, continentes de um pulmão que é ar – elemento esparso quando comparado à água, e denso quando comparado ao vácuo – e, por isso, flutua. Pessoas, bóias, lixo, óleo: coisas que não querem saber de profundidade aquática!
Filosofias polemicistas, polis pura, urbe arrogante, mundo mala.
Meios de transporte: tele, vale, táxi, viação canela, coche, charrete, colo, cela, esteira, coletivo, escada, elevador..
Tudo de um jeito que não poderia ser diferente, se diferente não fosse.
Cada um com sua coisa. Vê, ouve, cheira, toca, lambe e engole... Sente. Intui, talvez.
Tem muito pedaço. Cada um com o seu.
Cada casa um caso.
Cadafalso verdadeiro:
Todos de si prisioneiros!
Dorme-se em pé em Paris. Já para parir se deita, porque assim a religião nos dita!
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